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terça-feira, agosto 30, 2005

Pela 1ª vez na vida tenho um compartimento móvel próprio para levar as coisinhas com que sempre ando. Em resumo, tenho uma bolsa. Não me custa assumir, ando com uma bolsa!(e não, não estou a dar uma de Seinfeld, até porque não sou judeu -gasto dinheiro à parva -, nem milionário -nunca tive uma nota de 100 euros na mão- e muito menos gosto de carros –aliás, prometo tirar a carta em breve.)
Ora, o caro leitor, pensará por certo que o tema desta crónica é o documentar desta nova actualização do meu guarda-roupa. Claro que este facto por si só seria já um tema extremamente excitante, aliás como qualquer outro que foque a minha pessoa. No então, tal não se verifica. O tema fulcral deste naco de brilhante literatura é: a alteração na minha vida resultante de possuir uma bolsinha!
É extraordinária a alteração que se dá quando um homem é capaz de carregar as suas coisas sem que isso signifique que anda com um fato-macaco com 1001 bolsos. Na verdade, pela 1ª vez na vida, sinto-me independente! De repente vejo-me numa situação em que o que quer que eu tenha que levar não afecta a minha escolha de roupa (façamos de conta que alguma vez a minha escolha de roupa é influenciada por algo mais que as condições climatéricas ou a posição superior na gaveta). Aliás, devido à bolsa, não preciso de arcar com carteira, telemóvel, chaves, lenços, chiclas, bloco-notas, caneta, tudo nos bolsos e muito menos na mão.
Aliás, (e pela 1ª vez utilizo aliás uma vez em cada paragrafo) tenho para mim, que a evolução da espécie humana vai depende e muito desta alteração social. Quando a nível global o Homem Macho passar a carregar a sua própria bolsinha a mulher ver-se-á de súbito com a sua própria bolsa muito mais vazia! É menos uma carteira enorme a rebentar de papéis e talões, menos um telemóvel, menos uma caixa de óculos monstruosa, menos um porta-chaves com 57 chaves acopladas…Em resumo, nas próximas gerações a fêmea do Ser Humano verá o tamanho do seu bicep direito diminuir progressivamente devido à cada vez menor actividade deste músculo. Tudo devido ao facto de o homem passar a acartar com as suas próprias coisas.
Aliás (e cá está, é recorde!), quando o fenómeno for universal tenho a certeza que muita gente começará a questionar até que ponto vale a pena envolver-se numa relação e mais ainda, até que ponto é relevante o casamento! Sim, porque eu defendo há muito que a principal razão do casamento (pelo menos da perspectiva masculina, que vocês queiram quer não: É a minha!) é a existência duma forma de carregar os utensílios primários! Ou seja, o homem casa para que a mulher carregue a sua carteira e caixa dos óculos e mais ainda, que guarde as coisas e as mantenha sempre disponíveis, não vá o homem necessitar de as usar! Pois bem, estando esta situação resolvida à priori com a existência da bolsa masculina, para que raio serve a mulher? Pois…
É nestas alturas que não custa admitir que é giro isto de viver no século XXI em que um homem já não é olhado de lado quando decide romper com o estereótipo de Macho, que se encontra perfeitamente caduco e opta por se permitir estes pequenos luxos, como o conforto de carregar as coisas numa pochete!
Obrigado evolução por permitires que ao fazer um post todo ele centrado numa bolsa para documentos e quejandos não caia no campo da panasquice*!


* Not that there’s anything wrong with that!