"Começa o desafio, equipa cheia de esperança, é um conjunto inexperiente mas cheio de força. Respira tranquilidade, muito concentrada na marcação, defensiva segura para o 10 mas nunca descurando oportunidades para espreitar acutilantes contra-ataques a um 14. O ataque revela-se ineficaz, mas o jogo continua vivo, a equipa disputa taco-a-taco. A meio da primeira parte, o capitão da equipa perde a cabeça agredindo um seu adversário! Penalty e expulsão! A equipa desconcentra-se com o golo sofrido, mas mantém atitude de campeã, sempre com fé na reviravolta. A marcação começa a abrir aqui e ali, nota-se já algum nervosismo, nada de mais, continua a criar jogo em quantidade e qualidade. O bom toque de bola evidenciado não leva a concretização, muito virtuosismo técnico para gáudio do público, mas golos, nem vê-los. Após perigosa iniciativa que esbarra na trave da baliza adversária, esta lança um contra-ataque acabando por fazer o 2º golo. Intervalo!
A equipa ouve o seu treinador, é preciso reagir, não pode deixar-se ir abaixo, tudo é possível, ainda falta uma metade, "somos capazes" parece ser o grito que une o grupo. O treinador opta por poupar a defensiva, afinal cometeu poucos erros, mas intervém fortemente junto dos avançados: "É preciso parar de desperdiçar, está na frente da baliza? Faz golo!"
Inicio da 2ª metade.
A equipa continua a mostrar bom entrosamento, mas o jogo está feio, muitas faltas pautam o início da 2ª parte. Ao que parece a turma da casa apresta-se para marcar um golo e reduzir a desvantagem. Em livre estudado, a bola bate estrondosamente no ferro, vai ao chão, entrou? Parece ter entrado mas a bola rechaça para fora. É a alegria nas bancadas, o treinador respira de alívio. Não, esperem! Afinal foi anulado, a bola não chegou a entrar, mantém-se tudo como estava ao intervalo, 3 jogadores vêem amarelo por protestos junto ao fiscal-de-linha.
Estamos a meio da 2ª parte, a equipa não parece ter já forças para dar a volta, a pressão adversária intensifica-se.
Jogo controlado pelos forasteiros, trocam a bola a seu belo prazer, para desespero do técnico dos locais, que vai incentivando a equipa, gritos de – "A bola é que rola" "Força, tudo é possível" "Dá e sai" – ecoam pelo relvado.
Como é possível? A defesa abre uma autêntica auto-estrada e é o 3-0! Desespero no banco, o treinador já arrancou metade do couro cabeludo e já chutou para longe tudo o que era garrafa de água e toalha que se encontravam no banco. Já se vêem lenços brancos na bancada, começa a aumentar a contestação:
"Mais um ano pó esterco, mais um ano pó esterco, até para o ano!"
Todo o estádio em autentica contestação, enquanto no relvado os jogadores adversários dominam como querem, trocando a bola ajudados pelo coro de "olés" que vem da bancada onde se encontram os adeptos visitantes. Jogada perigosa, estádio expectante, lembro que já passa do minuto 90, é golo! Golo! É da casa, um golo ao cair do pano. Não passa já de um golo de consolação! Pena não ter acontecido mais cedo e esta época de exames não estaria toda perdida! Bom, sempre é menos uma cadeira para a fase de recurso, menos-mal!"
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home