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terça-feira, agosto 30, 2005

Posso dizer, em jeito de balanço antecipado de 2 décadas de existência que estou a meio caminho!
De facto, já houve vários objectivos que se encontram cumpridos, no entanto muito há ainda por cumprir.
Do lado dos “JÁ ESTÁ” temos:
Já consigo ser eu a decidir quantos iogurtes como por dia
Já fiz um Inter-Rail
Já matei uma árvore
Já assustei muitas velhotas
Já entrei no ensino superior
Já tenho altura para andar em qualquer montanha russa
Já fotocopiei o meu próprio rabo
Já entrei outra vez no ensino superior
Já possuo uma bolsinha
Já vi um guna cair no autocarro
Já vi o Benfica campeão no estádio
Já comemorei um campeonato do Benfica na minha própria cidade
Já passei a barreira dos 2 anos de vida de um telemóvel
Já tive um tamagoshi
Já fui acusado por uma mãe de desencaminhar a sua filha
Já sou tratado abaixo de cão por toda e qualquer pessoa que me conheça


Do lado dos “Ó que porra nunca mais?” temos:

Ainda não conheci duas gémeas japonesas
Ainda não tive intimidades com as tais gémeas
Ainda não matei nenhuma velhota
Ainda não fiz outro Inter-Rail
Ainda não morri duma doença resultante da minha promiscuidade
Ainda não consegui ser promíscuo
Ainda não tive o 1º filho varão
Ainda não tive um qualquer tipo de filho mesmo que seja uma sacana duma miúda
Ainda não escrevi um livro
Ainda não arranjei paciência para escrever a porra dum livro
Ainda não vi o Benfica campeão outra vez num estádio
Ainda não vi o Rui Costa de vermelho outra vez
Ainda não vi Portugal à frente do V Império
Ainda não perdi o hábito das utopias
Ainda não deixei de acreditar no projecto do Santana Lopes para o país
Ainda não parei de ser chalaceiro (claramente)
Ainda não fui surpreendido pela Charlize Theron a meio dum duche rápido
Ainda não sou rico
Ainda não casei com uma velha pelo dinheiro
Ainda não matei uma velha com que me tenha casado pelo dinheiro
Ainda não matei os herdeiros da velha com que me tenha casado pelo dinheiro
Ainda não ameacei a família de um testamenteiro duma velha com que me tenha casado pelo dinheiro
Ainda não fui tratado abaixo de cão num jogo sexual
Ainda não parei de ser chalaceiro

Quero por via deste post distanciar-me claramente da posição defendida por VMF na sua última atoarda. De facto não penso assim, e é importante que vocês miúdos não alinhem nessa do “Ai os preservativos são bué caros e eu vai-se a ver se calhar até sou infértil derivado da quantidade de fritos que entra na minha alimentação, mais me vale arriscar e sempre poupo uns trocos, até porque isso das doenças parece que é muito chato mas eu ando numa altura complicada da vida e uma sida ou hepatite era bem menina para dar um novo rumo à minha existência!”
Sei bem como é ser jovem irreverente, já todos passamos por isso, mas tenham lá cuidado, sejam promíscuos e galdérias mas com consciência: Lavem-se bem no final!

Pela 1ª vez na vida tenho um compartimento móvel próprio para levar as coisinhas com que sempre ando. Em resumo, tenho uma bolsa. Não me custa assumir, ando com uma bolsa!(e não, não estou a dar uma de Seinfeld, até porque não sou judeu -gasto dinheiro à parva -, nem milionário -nunca tive uma nota de 100 euros na mão- e muito menos gosto de carros –aliás, prometo tirar a carta em breve.)
Ora, o caro leitor, pensará por certo que o tema desta crónica é o documentar desta nova actualização do meu guarda-roupa. Claro que este facto por si só seria já um tema extremamente excitante, aliás como qualquer outro que foque a minha pessoa. No então, tal não se verifica. O tema fulcral deste naco de brilhante literatura é: a alteração na minha vida resultante de possuir uma bolsinha!
É extraordinária a alteração que se dá quando um homem é capaz de carregar as suas coisas sem que isso signifique que anda com um fato-macaco com 1001 bolsos. Na verdade, pela 1ª vez na vida, sinto-me independente! De repente vejo-me numa situação em que o que quer que eu tenha que levar não afecta a minha escolha de roupa (façamos de conta que alguma vez a minha escolha de roupa é influenciada por algo mais que as condições climatéricas ou a posição superior na gaveta). Aliás, devido à bolsa, não preciso de arcar com carteira, telemóvel, chaves, lenços, chiclas, bloco-notas, caneta, tudo nos bolsos e muito menos na mão.
Aliás, (e pela 1ª vez utilizo aliás uma vez em cada paragrafo) tenho para mim, que a evolução da espécie humana vai depende e muito desta alteração social. Quando a nível global o Homem Macho passar a carregar a sua própria bolsinha a mulher ver-se-á de súbito com a sua própria bolsa muito mais vazia! É menos uma carteira enorme a rebentar de papéis e talões, menos um telemóvel, menos uma caixa de óculos monstruosa, menos um porta-chaves com 57 chaves acopladas…Em resumo, nas próximas gerações a fêmea do Ser Humano verá o tamanho do seu bicep direito diminuir progressivamente devido à cada vez menor actividade deste músculo. Tudo devido ao facto de o homem passar a acartar com as suas próprias coisas.
Aliás (e cá está, é recorde!), quando o fenómeno for universal tenho a certeza que muita gente começará a questionar até que ponto vale a pena envolver-se numa relação e mais ainda, até que ponto é relevante o casamento! Sim, porque eu defendo há muito que a principal razão do casamento (pelo menos da perspectiva masculina, que vocês queiram quer não: É a minha!) é a existência duma forma de carregar os utensílios primários! Ou seja, o homem casa para que a mulher carregue a sua carteira e caixa dos óculos e mais ainda, que guarde as coisas e as mantenha sempre disponíveis, não vá o homem necessitar de as usar! Pois bem, estando esta situação resolvida à priori com a existência da bolsa masculina, para que raio serve a mulher? Pois…
É nestas alturas que não custa admitir que é giro isto de viver no século XXI em que um homem já não é olhado de lado quando decide romper com o estereótipo de Macho, que se encontra perfeitamente caduco e opta por se permitir estes pequenos luxos, como o conforto de carregar as coisas numa pochete!
Obrigado evolução por permitires que ao fazer um post todo ele centrado numa bolsa para documentos e quejandos não caia no campo da panasquice*!


* Not that there’s anything wrong with that!